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Como precificar roupas? Passo a passo para + lucros

Tempo de leitura: 8 min
Thalícia Sousa
Como precificar roupas

Sejamos sinceros: ao decidir como precificar uma roupa, é quase automático pensar em cobrar um pouco menos só para facilitar a venda, concorda? Por exemplo, atire a primeira pedra quem nunca travou na clássica pergunta “Qual sua pretensão salarial?”.

Até porque, 81% dos brasileiros acham que o poder de compra diminuiu no último ano, segundo a pesquisa Genial/Quaest. Então, como encontrar um preço justo que valorize seu trabalho e ainda caiba no bolso do cliente?

Calma! Mesmo com esse cenário, pequenos negócios cresceram mais de 10% no país em 2024, conforme dados do levantamento do Sebrae. Essa informação sinaliza que, mesmo com desafios na economia, ainda existe espaço para fazer acontecer.

Então, saber a precificação dos seus produtos pode ser um passo importante. Por esse motivo, preparamos este guia de como precificar roupas estrategicamente. Vem com a gente e saiba mais!

Como calcular o preço de venda de roupas?

O preço de venda ideal é aquele que cobre todos os seus custos e ainda te dá lucro. Uma fórmula básica para começar é:

Preço de Venda = (Custo Total) + (Margem de Lucro desejada)

Logo, você precisa somar:

  • custo da peça (compra ou produção);
  • despesas operacionais (embalagem, transporte, marketing e taxas de plataformas);
  • sua margem de lucro (um valor percentual sobre os custos, que representa o quanto você quer ganhar).

Então, imagine que você compre uma peça por R$ 30, gaste R$ 10 com embalagem, entrega e divulgação, e queira uma margem de lucro de 100%.

  • custo total: R$ 40
  • margem de lucro (100%): R$ 40
  • preço final de venda: R$ 80

Essa é uma fórmula simples, mas bem eficiente para iniciantes.

Como precificar roupas de brechó?

Não dá para aplicar uma fórmula única ao precificar roupas de brechó, já que esse negócio segue uma lógica diferente da revenda tradicional. Então, o ideal é desenvolver um olhar estratégico e sensível ao potencial de cada achado. Entenda!

Entenda quem você quer atingir

Segundo Nátaly Neri, produtora de conteúdo focado em moda sustentável e loja de roupa usada, o público dos brechós mudou. Antes, o consumo era guiado por necessidade. Hoje, também envolve estilo, consciência ambiental e identificação estética.

Então, caso o seu público busque apenas preço baixo, um visual mais conceitual pode não justificar o valor. Já se a clientela valoriza curadoria, estética e conveniência, pagar mais por uma peça bem apresentada pode fazer sentido.

Calcule seus custos

A precificação não é só o valor da peça garimpada. Inclua:

  • lavagem e cuidados (como amaciantes e passadoria);
  • ensaios fotográficos (tempo, equipamento e edição);
  • embalagem e envio;
  • taxas da plataforma ou intermediadores de pagamento;
  • tempo investido em curadoria, postagem, atendimento e logística.

Como a própria Nátaly fala:

“Você [o cliente] não está em lugar de limpar, descobrir brechó, nem perder viagem. 90% do trabalho já foi feito.”

E sabemos que ao vender roupas online, o visual importa muito, não é? Por esse motivo, vale contar com uma ferramenta que simplifique essa parte. Felizmente, com o GoDaddy Studio, você cria conteúdos de marca em minutos e edita tudo direto do celular. Você ainda pode experimentar esse recurso gratuitamente!

Destaque o valor da curadoria

A peça pode ter custado R$ 5, mas o cliente compra mais do que o valor material. Ele adquire seu olhar na curadoria, seu estilo e a praticidade de ter o item desejado entregue em casa – no caso do brechó online.

(Comentário no canal da Nátaly Neri no YouTube / Data de reprodução 03/07/25)

Posicione seu brechó de forma transparente

Se o seu foco é curadoria e conceito, comunique desde o início: nas fotos, legendas, bio e na descrição da peça. Segundo Nátaly, o problema não é cobrar mais, mas sim não se posicionar com clareza.

Para exemplificar: roupas de marcas que já saíram do mercado podem ser precificadas com valor agregado. Uma peça da Zoomp ou Ellus anos 90, por exemplo, pode ter apelo vintage e ser mais valorizada pelo seu público.

Porém, para que esse valor seja percebido, explique por que aquela peça custa mais:

  • conte a história por trás do item;
  • enfatize os diferenciais da curadoria;
  • explique o apelo nostálgico ou a raridade da marca.

Como fazer a precificação de uma roupa feita à mão?

Roupas feitas à mão exigem cuidado redobrado na precificação. Afinal, além dos gastos com tecido e linha, por exemplo, é preciso incluir seu tempo, sua criatividade e a exclusividade do produto. Então, observe com atenção estes pontos:

  • seu produto é único ou genérico? Quanto mais original for sua proposta, mais espaço você tem para aplicar uma precificação justa e competitiva;
  • sua comunicação explica o valor do que você entrega? O cliente precisa entender o motivo do preço daquela peça, o que é refletido na identidade de marca;
  • você precifica com medo? Como brincou o consultor Eduardo Amuri no podcast Nossa Conversa: “90% das pessoas que empreendem hoje deveriam estar cobrando mais.”

Esse número surgiu da percepção do Eduardo como consultor financeiro, com base na experiência de acompanhar diversos empreendedores. Até porque, muita gente cobra menos por insegurança, não por falta de valor no que oferece.

Então, faça uma leitura de mercado para entender o quanto o seu público está disposto a pagar. Mas, além disso, considere:

  • tempo de produção: calcule quantas horas levou para criar a peça;
  • matéria-prima: inclua tecidos, aviamentos, etiquetas, linhas, até os menores detalhes;
  • originalidade: peças feitas à mão são únicas, o que, por si só, já agrega valor, como acontece com a Farm Rio;
  • posicionamento de marca: se o seu público-alvo valoriza o feito à mão, ele enxerga um maior valor e pode estar disposto a pagar por essa experiência.

Em outras palavras, como você apresenta seu trabalho pode mudar totalmente a percepção de valor. Então, quer aprender a destacar sua marca com mais impacto? Assista ao vídeo com 5 dicas de copy!

Qual é a margem de lucro ideal para roupas?

A margem de lucro ideal deve equilibrar sustentabilidade financeira + valor percebido. Em média, fica entre:

  • 20% a 50% de lucro líquido (após todos os custos pagos);
  • 40% a 50% é o mais comum em lojas virtuais de moda bem estruturadas.

Alguns modelos de negócio (como brechós e roupas autorais) podem atingir margens ainda maiores, desde que o público perceba o valor da peça. Além disso, usar soluções como WooCommerce no WordPress, por exemplo, ajuda a reduzir custos de terceiros e otimizar sua operação.

Portanto, quer praticidade na hora de vender online, com liberdade para personalizar e crescer do seu jeito? Conheça o WordPress da GoDaddy!

Assim, não pense que para definir a sua margem de lucro é só “colocar o dobro do preço e pronto”. Por exemplo, suponha que você tenha uma loja virtual de camisetas personalizadas:

  • você compra a camiseta lisa por R$ 25;
  • gasta R$ 5 com estampa e acabamento;
  • paga R$ 8 em embalagens bonitas e etiquetas;
  • usa R$ 12 em anúncios e marketing digital (como rede social e tráfego pago)
  • a plataforma de pagamento desconta R$ 5 por transação
  • e ainda tem R$ 5 de frete subsidiado (você cobre uma parte para o cliente pagar menos)

Nesse caso, seu custo total por peça: R$ 60. Agora, se você vende essa camiseta por R$ 100, seu lucro líquido é de R$ 40, ou seja, 40% de margem de lucro. Percebe como cada detalhe conta?

Como a percepção de valor influencia na margem de lucro?

Quanto mais o cliente entende e valoriza o que você oferece, maior pode ser sua margem de lucro. Isto é, no podcast Nossa Conversa, os consultores Vivian Rodrigues e Eduardo Amuri destacam:

“Se você tem um produto que é extremamente replicável e sua comunicação não faz com que ele nasça na cabeça do seu cliente de forma diferente, você vai ser obrigado a cobrar o que a maioria cobra.” — Comentam Eduardo Amuri e Vivian Rodrigues.

Ou seja, se sua roupa é igual a tantas outras e você conta a mesma história que todo mundo, como esperar cobrar mais? Por exemplo, a marca Insider vende roupas que, à primeira vista, parecem como qualquer outra encontrada no mercado.

Mas as peças se diferenciam pelo design funcional e tecidos inteligentes, que ajudam a reter a transpiração excessiva, inibir o mau cheiro e se ajustar ao corpo. Assim, combinar inovação, funcionalidade e uma boa narrativa permite à Insider cobrar mais, mesmo por um produto aparentemente simples.

Portanto, saber como precificar uma roupa é mais do que colocar um número na etiqueta. É entender quem você quer atingir, valorizar o seu trabalho e comunicar claramente o que está por trás daquela peça.

Então, você já se perguntou se consegue mostrar o valor da sua peça ou apenas informa o preço? Esse detalhe pode resultar em uma venda perdida ou em um cliente fiel.

Assim, crie uma loja online projetada para alcançar mais resultados! Com a plataforma da GoDaddy, você tem configuração fácil, opções de pagamento variadas, envio simplificado e ainda pode começar a usar gratuitamente. Aproveite!